Em entrevista exclusiva, Carlos Júlio diz que a programação é a nova linguagem da economia

Para suprir a falta de profissionais nessa área, nosso colunista inaugurou a escola Digital House em São Paulo. Saiba mais!
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Beatriz Bononi

O Brasil tem hoje 160 mil vagas abertas na área digital, e o que mais chama atenção é que elas não são preenchidas, pois faltam profissionais capacitados. Pensando nisso, o consultor de negócios e colunista da VERO Carlos Alberto Júlio inaugurou, este ano, a Digital House, escola de programação em São Paulo, com cursos voltados para a área digital. “Até o fim do ano, teremos 1.200 profissionais prontos para o mercado de trabalho”, afirma. Na Digital House, há aulas tanto para quem quer fazer carreira como para quem precisa entender mais sobre o assunto. “Você não precisa saber programar, mas é preciso estar a par dessa realidade. Por exemplo, diretores, presidentes, muitas vezes não provocam uma transformação digital na empresa porque não sabem do que se trata”, destaca. Com experiência no mundo corporativo por 28 anos, presidindo empresas como HSM do Brasil e Tecnisa, além de professor e um dos maiores palestrantes do país, Carlos Júlio afirma que todos esses anos de conhecimento foram essenciais para estar à frente da escola. “Sinto que tudo o que fiz na vida foi uma preparação para o meu momento atual”, explica o morador de Alphaville, que já estuda abrir uma unidade por aqui.

O que é a Digital House?

É uma coding school (escola de programação), mas nosso trabalho vai além. Oferecemos 15 cursos, como desenvolvimento de web, de mobile, marketing digital e até gestão de negócios digital, mas o mais interessante é que as aulas são 70% práticas, ou seja, os alunos aprendem colocando a mão na massa. Entregamos profissionais prontos para o mercado de trabalho. Duas vezes ao ano, fazemos o Recruiting Day, um evento em que as empresas conhecem os alunos, trocam contato, ajudando-os a ingressar em um trabalho.

Como surgiu a oportunidade de trazer a escola para o Brasil?

Dois amigos e ex-sócios da HSM do Brasil montaram a Digital House em Buenos Aires, na Argentina. Como sou muito ligado a educação, eles já tinham em mente que, se lá desse certo, abririam uma filial aqui no Brasil e me convidariam para ficar à frente dela.

Quais são os números da Digital House Brasil hoje?

Inauguramos em abril deste ano com quatro turmas e já estamos com 25. Até o fim do ano, vamos formar cerca de 1.200 alunos. Se contarmos os estudantes que fazem o nosso curso corporativo, que são oferecidos em sua própria empresa, esse número de formandos pula para 5.000.

A escola consegue alcançar diferentes públicos?

Temos alunos desde 18 até 65 anos. Isso acontece porque oferecemos cursos para diferentes profissionais, como para quem trabalha com RH, marketing, para quem é gestor, presidente, e para quem também tem objetivos diferentes na área, como fazer carreira no digital, empreender ou até para se tornar freelancer.

Quando você percebeu a importância da programação?

Além de lecionar há 38 anos, trabalhei 28 como presidente de empresa. Tenho um lado empresarial muito forte, foi fácil perceber esse cenário da digitalização e como ele estava mudando o mercado. O fato é que a programação é a linguagem da nova economia, e se o Brasil não fizer uma transformação digital, nós não vamos alcançar o primeiro mundo. Só para se ter uma ideia, hoje o país conta com 160 mil vagas em aberto nessa área e não tem profissionais para suprir essa demanda. A mudança precisa acontecer agora.

Você acha que os brasileiros já entendem isso?

Claro que não, e mesmo quem ensina ainda não entendeu direito como formar essas pessoas. É um mercado difícil, porque quase não tem professor. É um processo, por isso que na escola temos até uma aula gratuita que se chama “programação zero”. É um dia de curso em que as pessoas entendem o que é programação e o significado real disso.

Um executivo, gestor, precisa saber programar?

Não necessariamente. Eu, por exemplo, não programo, mas vou aprender. A verdade é que diretores, presidentes, muitas vezes não provocam essa transformação digital na empresa porque não entendem a lógica de tudo isso. Por isso, criamos um programa de imersão digital de dez encontros em que, a cada semana, eles aprendem um tema diferente. A ideia é que eles percebam a importância de levar essa cultura para a empresa.

Quais trabalhos vão permanecer no futuro?

Toda atividade manual, que não depende do discernimento, da decisão, está sendo mecanizada. Todo mundo acha que isso vai acabar com os empregos, mas tem mais empregos hoje do que antes. Então, as profissões que precisam de contato pessoal, tomada de decisões, são as que permanecerão no futuro.

E quais os seus próximos projetos?

Hoje estou mais focado na Digital House. Diminuí o ritmo das palestras, dos coachings, para me dedicar mais a esse trabalho. Já estamos a todo vapor, inclusive, estudando abrir outras unidades pelo Brasil, como em Alphaville. Para o próximo ano, vamos abrir uma filial no México, e em 2020 no Peru, Chile, Colômbia. Sinto que tudo o que fiz na vida foi uma preparação para o meu momento atual. Minha experiência em sala de aula, a sensibilidade de saber o que o mercado precisa, tudo isso me ajuda com o que faço hoje.

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