Estamos superprotegendo as nossas crianças?

Thaís Vilarinho, conhecida pelo seu best-seller "Mãe fora da caixa", fala sobre o tema em entrevista exclusiva à VERO
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Estamos superprotegendo as nossas crianças? É NORMAL a gente ter medo de que a criança corra riscos. Afinal, é nossa função garantir a segurança de nossos filhos, certo? Por outro lado, o excesso de cuidado está tirando a aventura das brincadeiras infantis e afetando o desenvolvimento dos pequenos. É o que demonstra uma pesquisa realizada por Mariana Brussoni. Professora da University of British Columbia (UBC), no Canadá, ela é um dos maiores nomes em pesquisas sobre a “risky play” (“brincadeira arriscada”). O brincar com riscos, conforme ela descreve, envolve atividades em que as crianças têm um elemento de risco e incerteza. Embora possa parecer contraproducente, esse tipo de brincadeira tem se mostrado vantajoso para o desenvolvimento das crianças. Para explorar a questão da superproteção das crianças e seu impacto no desenvolvimento e aprendizado, a VERO conversou com Thaís Vilarinho, que opinou sobre esse assunto.

“Errar e acertar é muito importante, e a superproteção limita isso”

Vilarinho

THAÍS VILARINHO tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais e é conhecida por seu best-seller “Mãe Fora da Caixa”, que inspirou uma peça teatral e em breve se tornará filme. Com formação em fonoaudiologia, Thaís também é autora de “Mãe recém-nascida”, “Imagina na Adolescência” e mais três títulos infantis.

VERO – Você concorda com o que demonstra o estudo feito pela pesquisadora Mariana Brussoni?

VILARINHO – Não conhecia esse movimento, e acho super importante e interessante. Concordo que a oferta de brincadeiras ao ar livre está mais limitada. Os espaços estão mais resguardados.

VERO – Na sua opinião, estamos superprotegendo mais os nossos filhos?

VILARINHO – Acho que tem a ver com a questão do medo e da falta da segurança pública dos grandes centros. A falta de liberdade tira a chance das crianças de aprender a errar para poder acertar.

VERO – Quais sinais demonstram que você é um pai ou mãe superprotetor?

VILARINHO – Estou permitindo meu filho viver algumas experiências? Resolver os problemas dele? Fico toda hora em cima, ou em algum momento dou espaço para que os imprevistos aconteçam? Qual o meu nível de controle? Refletir ajuda a conseguir perceber se a gente está pendendo para a superproteção ou não.

VERO- Quais as consequências da superproteção para o desenvolvimento infantil?

VILARINHO – Acho que tem muitas consequências negativas, principalmente referentes à autonomia da criança. De ela conseguir resolver por ela. Errar e acertar é muito importante, e a superproteção limita isso. A criança fica tolhida de experiências importantíssimas, como resiliência, saber cair e levantar, e isso só se aprende vivendo.

VERO – Quais seriam as estratégias para equilibrara segurança e a autonomia na educação?

VILARINHO – Cada família tem que olhar para sua realidade e pensar assim: o que eu posso fazer para desenvolver a autonomia do meu filho? Lógico que não vamos colocar em risco, mas acho que é nosso papel tentar oferecer o maior número de experiências possível para eles saberem que são capazes, para que possam de fato brincar com outras crianças. Precisamos nos certificar de que eles estão tendo essa oportunidade para se desenvolver

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