No artigo anterior tivemos a oportunidade de falar um pouco da razão de ainda sermos seres tão primitivos, instintivos e emocionais, descrevendo as funções básicas do nosso cérebro segundo a proposta do neurocientista Paul MacLean. Ele sugere o fato de que nós, humanos/primatas, temos o cérebro dividido em três unidades funcionais diferentes, representando um extrato evolutivo do sistema nervoso dos vertebrados, sendo o Reptiliano (instintivo), o Límbico (emocional) e o Racional (funções executivas e sensações). Veja o artigo completo no link.
A partir desse ponto vamos usar o fato de que crises econômicas, desemprego ou empresas com quadros de funcionários mais enxutos, geram sobrecarga adicional de trabalho, acarretando assim mais pressão e mais estresse no ambiente profissional, que acaba se transmitindo para o lado pessoal nas vidas familiar e social.
Um dos objetivos desse artigo é reconhecer a importância em termos um maior controle das emoções de forma a melhorar nosso desempenho pessoal e profissional. Identificar e evitar os erros mais comuns que cometemos e aprender a usar as emoções a nosso favor.
Podemos definir a inteligência de muitas maneiras, mas gosto da definição do Dr. Howard Gardner (Harvard) que diz: “Inteligência é a capacidade para resolver problemas encontrados na vida real. A capacidade para gerar novos problemas a serem resolvidos e a capacidade para fazer algo ou oferecer um serviço que é valorizado em sua própria cultura”.
Nossa mente produz, ininterruptamente, pensamentos e emoções acionando nossa intelectualidade e nossa inteligência em tempo integral e é aí que entra a chamada inteligência emocional que, segundo Daniel Goleman no seu livro best seller Inteligência Emocional, é a “capacidade de se autoconhecer e lidar bem consigo mesmo e de conhecer e lidar bem com os outros, seja nas relações familiares, como sociais ou profissionais”.
Para gerenciar melhor nossas emoções o autor propõe cinco áreas de domínio:
- Conhecer as próprias emoções: é exercitar a autoconsciência (reconhecer um sentimento quando ele ocorre). Pessoas mais seguras acerca de seus próprios sentimentos são melhores pilotos de suas vidas, tanto no lado pessoal como profissional.
- Lidar com as próprias emoções: é a capacidade de livrar-se da ansiedade, tristeza ou irritabilidade que bloqueiam e incapacitam; quem não se auto gerencia luta constantemente contra sentimentos de desespero, ao contrário das pessoas que se recuperam mais rapidamente dos reveses e perturbações da vida.
- Motivar-se: ter o controle das emoções é essencial para a automotivação, o autocontrole e a criatividade. As pessoas que tem essa capacidade tendem a ser mais produtivas e eficazes em qualquer atividade que exerçam.
- Reconhecer a emoção nos outros: A empatia, que se desenvolve na autoconsciência emocional, é a aptidão pessoal fundamental. Pessoas empáticas são mais sintonizadas com os sinais do mundo externo que indicam o que os outros precisam ou querem.
- Lidar bem com os relacionamentos: é a arte de saber lidar com as emoções dos outros. Determinam a popularidade, a liderança e a eficiência interpessoal, ou seja, são pessoas que se dão bem em qualquer lugar.
Podemos também falar de uma multiplicidade de inteligências, ligadas às atividades musicais, espaciais, intra e interpessoal, linguística e outras mais.
Mas gostaria de usar a parte final desse artigo para citar algumas ações da autora Vera Martins, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente, quando falou do seu livro O Emocional Inteligente:
Seja protagonista e assuma as rédeas da sua vida, promovendo um diálogo interno corajoso e assertivo. Faça um checkup do seu emocional e saiba o que está bom e o que precisa ser mudado. Resolva seu passado para viver bem o presente e ter esperança no futuro, exercitando a gratidão e o perdão. Use a fé para neutralizar os efeitos do estresse e do medo; gerencie seus pensamentos negativos para ganhar em emoção positiva, criando uma rede do bem (empatia e reciprocidade).
O autoconhecimento, que é uma fórmula milenar, continua sendo o melhor ponto de partida para uma vida mais equilibrada e emocionalmente sadia.
Por tudo que vivi até agora, só posso reforçar o fato de que conheci muitas pessoas na minha vivência profissional e pessoal e, muitas delas, apesar de inteligentes e espertas, se tornavam burras e estúpidas por não saberem controlar suas emoções.
Para encerrar, gostaria de ficar com uma frase de Stephen Hawking: “Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”.
E você, de que lado está? Até o próximo artigo…