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Helio Contador: "Quando se inicia a velhice"

Desde o nascimento, nossa arquitetura neural é moldada pelas experiências que vivenciamos. A maneira como passamos nossos primeiros anos de vida determinará como envelheceremos
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Estamos vivendo cada vez mais e a palavra “idoso” perdeu o significado que tinha algumas décadas atrás. A qualidade de vida, incluindo melhores condições de higiene e alimentação, melhores equipamentos médicos e hospitalares, medicamentos mais avançados e eficientes, maior consciência de se manter ativo fisicamente e mentalmente são algumas explicações dessa longevidade estar aumentando progressivamente. Mas fica ainda a pergunta: qual o propósito de vida para aqueles que chegam aos 80, 90 ou passam dos cem anos?

Vejo a situação dos meus pais e acredito que todos nós temos uma história para contar, mas no meu caso, minha mãe faleceu aos 72 anos de idade devido a um câncer de mama e meu pai continua vivo aos 89 anos, com 14 anos de viuvez. Quando pergunto para ele qual o propósito de vida dele atualmente, a resposta é: vou vivendo, até quando Deus quiser! Essa talvez seja a resposta de alguém que já se considera no fim da vida, mas, na minha opinião, acredito que uma outra resposta poderia ser: quero conviver com meus filhos, meus netos e bisnetos o quanto for possível. Vê-los crescer com saúde, estudar, conseguir um trabalho honesto e constituir suas famílias.

Para dar continuidade nesse tema, vou me reportar a um artigo recente da cientista Sarah McKay intitulado “Quando começa a velhice?”. Sabemos pela Neurociência que nosso cérebro, ao nascer, já está com a quantidade de neurônios praticamente na sua totalidade (86 bilhões de neurônios), mas está formado em cerca de 20% da sua capacidade funcional potencial, e vai se desenvolvendo e amadurecendo até a idade dos 22 a 25 anos. Hoje se sabe que surgem novos neurônios na área do hipocampo, que faz parte do sistema límbico do cérebro e é responsável pela construção e manutenção das memórias de curto prazo. Essa informação é importante para entendermos que podemos aprender por toda nossa vida, ou seja, não há nenhum argumento científico que nos diga que o idoso não pode mais continuar aprendendo. A busca de conhecimento segue para sempre e só depende da vontade de cada um.

Desde o nascimento, nossa arquitetura neural é moldada pelas experiências que vivenciamos, pelos altos e baixos da vida, pelas decisões que tomamos, pelos lugares onde vivemos, trabalhamos e estudamos, pela importância e o significado que damos às coisas, pelas pessoas que amamos e viajamos juntos no tempo. A maneira como passamos nossos primeiros anos de vida determinará como envelheceremos.

Cada vez mais estamos vivendo para a velhice, e nunca houve um melhor momento para fazê-lo. Nosso cérebro humano inteligente nos trouxe uma medicina mais moderna e avançada que propiciou reduzir a mortalidade infantil por meio de vacinas eficientes, medicamentos que controlam a dor, tratamentos contra infecções e cura para alguns tipos de câncer, incluindo equipamentos de última geração em cirurgias robóticas de alta precisão.

Nos séculos passados, as mulheres viviam, precariamente, apenas o tempo suficiente para chegar aos 50 anos de idade. Uma menina nascida hoje pode passar facilmente dos 120 anos, com boa qualidade de vida. Em abril de 2017, o recorde de longevidade foi de Emma Martina Luigia Morano de Vercelli, na Itália, que morreu aos 117 anos. Nascida em novembro de 1899, Morano foi a última pessoa viva conhecida que nasceu nos anos 1800.

Existem alguns lugares especiais no mundo em que a longevidade parece ter um gostinho especial: algumas vilas italianas nas montanhas da Sardenha (Itália), na ilha grega Ikaria, em Loma Linda na Califórnia, na Península Nicoya da Costa Rica e na ilha Okinawa no Japão. Todos eles têm em comum um padrão de vida que inclui uma alimentação saudável, atividades físicas regulares, vida familiar e social intensa e algum propósito de vida definido.

A mandala Ikigai, que significa uma razão para viver ou ter um propósito de vida claro e definido, deriva dos ensinamentos de vida dos moradores de Okinawa, que atingiram uma longevidade com qualidade de vida extremas no nosso planeta. Os quatro pontos principais são: você ama o que faz? Você saber fazer bem aquilo que faz? O que você faz ajuda outras pessoas, é bom para o mundo? Você é remunerado pelo que faz?

Se você se fizer essas perguntas e a resposta for sim para todas elas, então você encontrou o seu “Ikigai”, ou seja, seu propósito de vida. Parabéns!

Um abraço e até o próximo artigo.

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