Mariana Minerbo: "Nos (re)conhecemos nesse “novo normal”?

Quase tudo aquilo que nos era familiar e nos confortava ficou para trás, obrigando-nos a construir novos padrões de enfrentar a vida
15/03/21 |
vero

Embora a pandemia esteja ainda em curso, com a sua fúria impiedosa, a chegada da vacina trouxe uma luz, ainda que tênue, no fim dessa travessia de quase um ano, repleta de temores, angústias e incertezas.

Pensando na infinidade de novas situações traumáticas com as quais tivemos que nos deparar, em meio a um rastro de mortes e agonias, fomos forçados a lidar com o desconhecido, uma tarefa de difícil manejo, para nós humanos!

Sendo assim, quase tudo aquilo que nos era familiar e nos confortava ficou para trás, obrigando-nos a construir novos padrões de enfrentar a vida, transição essa que demanda enorme capacidade de adaptação, resiliência e inovação.

Como são inúmeros os aspectos do cotidiano que foram afetados pela necessidade de reorganização, optei por destacar algumas vertentes da dinâmica familiar durante a pandemia.

Considerando que o lar, que sempre foi o nosso reduto protetor, refúgio e limite entre o público e o privado, com o confinamento, passou a ser palco de diferentes apropriações como home office, escola, brinquedoteca, academia, etc.

Como conviver então com essas diferenças de gerações, interesses, personalidades, coabitando o mesmo espaço?

É possível? Sem idealizar a perfeição, vai depender muito da configuração da dinâmica familiar na pré-pandemia. Isso é, a maneira como cada membro da família se organizava internamente para que todos pudessem coexistir num ambiente, com um mínimo de intromissão no espaço dos outros membros, árdua tarefa!

Pode-se dizer que esta é uma das questões mais cruciais e complicadas de se levar a cabo e por esta razão tem aparecido como tema relevante nos consultórios ultimamente.

Por mais que todo grupo familiar se esforce para que o cotidiano seja mais sereno, fatores como novas rotinas, preocupações de toda ordem, frustrações, falta de espaço, entre outros, predispõem as pessoas à ruptura do equilíbrio emocional. A partir desse panorama vemos surgir desavenças como “descontar” aborrecimentos e ressentimentos nos outros, interrupções do trabalho por crianças ou por discussões e gritarias, etc, podendo formar, assim, um clima tumultuado, confuso e caótico.

Não há obviamente uma fórmula mágica para que tudo se ajeite, porém, para que se reestabeleça uma certa calmaria, há que se prestar atenção no outro, tentando cooperar. Considerar e respeitar o seu espaço e as suas necessidades, e na medida do possível, relevar os momentos de impaciência, agir com empatia e interesse, tornando assim a convivência menos traumática, estressante e mais agradável.


Mariana Minerbo é doutora em psicologia clínica. Estudou a influência do modo de vida contemporâneo e é ainda especializada em atendimento infantil e de adolescentes. Em suas sessões segue a orientação psicanalítica. Calçada das Papoulas, 61, Centro Comercial Alphaville, (11) 4195-1888

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