Permissividade não tem nada a ver com disciplina positiva

Como encontrar o equilíbrio entre o autoritarismo e a permissividade
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vero

Você já fez algo para corrigir a sua criança que fez você se sentir mal? Se arrepender e não gostar tanto assim de você? Você já foi para o outro extremo? De deixar sua criança tão livre e tão solta que sentiu vergonha do comportamento dela e chegou a gostar menos da criança pela raiva ou vergonha que a fez passar? 

Sabia que foi assim que surgiu a Disciplina Positiva? Quando a Dra. Jane Nelsen que tem 6 filhos se viu autoritária e punitiva, brigando e castigando as crianças o tempo todo para conseguir manter a vida em ordem, ela se sentiu mal e disse que não gostava dela mesma. Mas, também quando deixava as crianças fazerem tudo o que queriam, ela se sentia envergonhada e, nas palavras dela, gostava menos delas. 

 

Então, como encontrar o ponto de equilíbrio entre o autoritarismo e a permissividade? 

Eis um desafio enorme! Muitas pessoas ficam num movimento de pêndulo, oscilando entre esses dois extremos sem conseguir chegar num lugar de estabilidade. Aliás, essa confusão tem afastado muita gente do olhar mais positivo da educação pois associaram todas as tentativas como a validação da permissividade.

Uma tristeza. Costumo dizer que tem gente que decidiu fazer a Disciplina Positiva, mas esqueceu a Disciplina e ficou só com a Positiva. Se a gente foca só na disciplina, fica fácil cair no autoritarismo, já se a gente ficar com o foco só em ser positiva, escorregamos logo para a permissividade. Entende? É a junção das partes que traz o todo equilibrado! 

Mas, por que acontece esse movimento pendular? Por que as pessoas entram nesse ciclo de autoritarismo – permissividade – autoritarismo – permissividade? 

Porque quando se percebem autoritárias, sentem culpa e então buscam compensar e aí ficam permissivas. Aí vai chegando num ponto que as crianças ficam impossíveis e a pessoa já “segurou tanto” que explode numa ação autoritária de novo, o que traz novamente a culpa e a permissividade como compensação e o ciclo se perpetua. 

 

Já viveu isso? Conhece alguém que vive assim? 

A verdade é que punição não é respeitoso com a criança, mas permitir tudo, também não é! Você atravessaria uma ponte estreita, longa e alta, se ela não tivesse parapeitos em suas laterais? 

Quando deixamos as crianças tomarem decisões e fazerem coisas que não são adequadas aos ambientes em que se encontram, é como se as deixássemos atravessar uma ponte sem proteção. As crianças precisam de segurança e a nossa condução com orientações adequadas são, para elas, como os parapeitos da ponte. 

Portanto, o que quero trazer para você hoje é que: permissividade não tem nada a ver com disciplina positiva, Montessori e educação respeitosa, ok? Se você viu alguém permissivo dizendo que estava vivendo algumas dessas filosofias, entenda que era uma mãe em sua jornada de aprendizagem. 

Existe um caminho de equilíbrio e é por ele que queremos caminhar. Eu busco ser, exatamente, os parapeitos para a ponte do adulto que quer viver essa vida de #MaisAmorMenosTrauma com suas crianças sem cair nos extremos autoritários ou permissivos. Vamos juntos? 

 

 

 

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