Sem estereótipos!
O chef Henrique Fogaça, agora morador de Alphaville, conta em entrevista exclusiva à VERO sua trajetória profissional, além de falar sobre o homem moderno. Ainda nesta matéria, publicamos uma pesquisa sobre o perfil do público masculino da região.
Em 2022, quando inaugurou a quinta unidade do Cão Véio, aqui em Alphaville, você disse que estava pensando em se mudar para o bairro. O que o motivou a viver aqui? O que me impulsionou foi a minha vivência de sempre morar em casa, com mais espaço, buscando uma melhor qualidade de vida para minha família e meus cachorros.
O que acredita ser o motivo pelo qual você se tornou bem-sucedido na gastronomia? Sou movido a desafios, gosto de inovar, de trazer algo especial para a minha gastronomia, sempre valorizando a culinária brasileira, transformando ingredientes comuns em pratos criativos.
Como jurado, é possível perceber um candidato que vai se tornar um grande chef?
Existem algumas características, como resiliência, vontade de inovar, de fazer diferente, e o principal, a paixão pelo que se propõe a fazer.
Como foi a sua criação na questão de valores masculinos, de ser forte, não demonstrar sentimentos? O que pensa sobre isso?
Vivemos em outros tempos, e muita coisa mudou em relação a isso. Procuro sempre ter uma relação de confiança e amor com meus filhos. Meu pai sempre foi muito amoroso, me ensinou muitas coisas, principalmente valores. Com ele aprendi a honestidade e a trabalhar desde cedo. Mas ele sabia cobrar na hora certa.
Acha que a masculinidade está em crise?
Acredito que estamos evoluindo, pouco a pouco, mas evoluindo para sermos melhores.
Quais são suas visões sobre a masculinidade moderna?
Não tenho uma visão de especialista, o que vejo é que o mundo em geral está buscando evoluir para que possamos ser melhores uns com os outros. Os homens começaram a entender que eles podem demonstrar sentimentos, amor, e que isso não os torna menos homens.
Como pai, o que você tenta ensinar para seus filhos?
Uma das partes mais desafiadoras é deixar os filhos cometerem os próprios erros, mas faz parte da evolução dos seres humanos contrariar os pais e quebrar a cara, pois é assim que se amadurece. Procuro sempre estar próximo e passar valores que acredito serem os melhores para eles, independentemente de ser homem ou mulher.
Gosta de se cuidar, de moda, é vaidoso?
Tenho aprendido a gostar mais de moda. Sempre tive um estilo mais rocker e street, e com esse universo da TV o gosto pela moda foi ficando cada vez mais evidente. Gosto de brincar, usar acessórios, boinas, botas. Estar na moda é uma questão de seguir sua personalidade e o que lhe faz bem. Não é sobre seguir padrões, mas se expressar.
Como faz para dar conta do MasterChef, da banda, dos restaurantes, da família, e estar sempre buscando inovações?
Estou acostumado, faz muito tempo que concilio várias ocupações ao mesmo tempo. Claro, tenho pessoas que trabalham comigo, vários braços direitos na cozinha, na parte de administração, assessoria de imprensa, pessoal do marketing, tem toda uma estrutura por trás. Isso ajuda muito na organização da minha rotina. Sou uma pessoa muito agitada, então acredito que me manter ocupado me ajuda a me centrar.
Tem algo muito aleatório que goste de fazer ou uma curiosidade sobre você?
Ano passado corri no rally da Mitsubishi Cup e foi uma experiência incrível! Sempre gostei de adrenalina, e foi bom iniciar um novo projeto na minha vida. Na minha primeira prova, entre 17 pessoas, fiquei em oitavo lugar!
Qual o principal valor de vida que carrega como lema? Aprendi várias lições, mas uma das mais importantes é confiar no meu trabalho. Quando decidi largar uma vida mais estável para virar chef, que na é poca parecia incerto, tive que ter confiança em mim mesmo e no meu potencial. Deu certo, então aprendi que esse é um dos elementos para o sucesso.
Fale um pouco sobre a banda Oitão e como o hardcore entrou na sua vida? A música foi talvez a minha primeira paixão, me considero um roqueiro desde os 10 anos de idade. O Oitão surgiu em 2008 com músicas no estilo hardcore, punk e metal. Com o Oitão, pude realizar um dos meus sonhos mais antigos, de ter uma banda, e também é uma válvula de escape para minha criatividade. Em 2022 estivemos no Rock in Rio, no dia do metal; dividimos a data com bandas das quais somos fãs, como Iron Maiden, Megadeth, Sepultura. Foi uma emoção enorme tocar no palco em que nossas referências já estiveram. Em 2023 lançamos o single “Borderless” e já estamos compondo faixas para outro projeto, cujo título é “Indigesto”, com letras mais ríspidas e fortes.
Quais são os seus próximos projetos? Recentemente me tornei sócio e CEO do Rockfun Fest, o festival de rock do calendário oficial da cidade de São Paulo. Quero trazer uma nova experiência para o público, sobretudo gastronômica e estratégica, com apresentações de novas bandas nacionais e internacionais. No dia 13 de julho tivemos o esquenta do Rockfun Fest, e foi muito legal. Trouxemos a banda internacional Suicidal Tendencies, e o pessoal foi em peso.