É isso mesmo. Perdemos o eixo. Nos últimos meses, experimentamos a incerteza em meio a uma crise global sem precedentes. Nação alguma do planeta deixou de se curvar diante do potencial letal a vida humana, causada pela maior pandemia vivenciada em muitas gerações.
A crise leva a reflexões, como a do presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior: “O momento é de agir pensando grande, levando em conta todo o ecossistema. Antes pensávamos no futuro. Agora é viver um dia de cada vez, já que nos voltamos para aquilo de mais básico para o ser humano: a preservação da vida”, disse ele, em entrevista à Veja.
Em outra ponta, Ziggmunt Baumann, um dos grandes pensadores contemporâneos, diz: “Nada parece estar mais em seu lugar no mundo. Estamos vivendo em mar aberto, carregados por uma onda contínua, sem ponto fixo e sem instrumentos para medir a distância e a direção da viagem. Vivemos entre o que não é mais e o que virá a ser”.
O economista americano Hector Torres, ex-diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e pesquisador do Centro Internacional de Governança e Inovação, ressalta, por outro lado, que a crise nos alerta para não esquecer de valores essenciais: “Parece que a coletividade perdeu força, ainda que a pandemia tenha atingido todos os países, mas nem por isso está aproximando as nações”, disse, à revista Exame. Seu temor é que o nacionalismo possa emergir triunfante da crise.
Quem estará com a razão? A pandemia da Covid-19 expôs a desigualdade no Brasil e no mundo de maneira ímpar. Perdas irreparáveis de milhares de vidas. Na economia, em nosso país contabiliza-se perdas da ordem de 600 a 700 bilhões de reais. O colapso econômico é visível e previsível.
Mas é justamente aqui, na incerteza, na perda momentânea do eixo, que mora a nova consciência. O guia da sobrevivência passa por uma mudança interna, de alma, com a qual nós, brasileiros temos muita dificuldade em lidar.
A máxima do capitalismo, “quem pode mais chora menos”, ironicamente, foi atropelada pela dimensão globalizada. O mundo do mais forte morreu. Basta olhar a derrocada das maiores economias do planeta. A mesquinharia também foi infectada e não vai sobreviver. A aula já começou. Ou você aprende agora ou não terá tempo para uma segunda chance.
Impossível não me lembrar do saudoso seu Joaquim, meu pai e meu primeiro mestre. Com a firmeza de um CEO e a simplicidade de um pai, que enfrentou várias provas de sobrevivência, ele me deu um conselho que jamais esqueci: “Filho, por pior que seja sua situação, sempre tem alguém precisando mais do que você”. Seu Joaquim, sem saber, estava dando a letra do novo mantra: fazer o que precisa ser feito, pensando no coletivo, em todas as esferas. Cabe aqui enaltecer os belos exemplos de doação, sem precedentes no país, por parte de pessoas comuns e empresas brasileiras, em prol dos mais frágeis.
Para a recuperação ou reconstrução de modelos é imperativo que governos e empresas ampliem suas responsabilidades para com a sociedade. Praticar o espírito solidário não é mais um questão de escolha.
A solidariedade é a vacina que vai curar a humanidade – e ajudá-la a encontrar o eixo perdido.
Sim, seu Joaquim tinha razão, nos momentos de crise, por pior que seja devemos olhar para traz e ver que existem pessoas passando por situações bem piores que as nossas… Devemos ser gratos a Deus, erguer as mangas, sacudir o pó e analisarmos a situação e as oportunidades que vão ao encontro das necessidades da sociedade global… Pois já são muitas…
Seu Joaquim tinha razão, nos momentos de crise, por pior que seja devemos olhar para traz e ver que existem pessoas passando por situações bem piores que as nossas… Devemos ser gratos a Deus, erguer as mangas, sacudir o pó e analisarmos a situação e as oportunidades que vão ao encontro das necessidades da sociedade global… Pois já são muitas…
Ótimas considerações, Emanuel.
Super abraço.
Valeu, Emanuel.
Super abraço.
Simples e profundo, mais uma excelente reflexão do Wilson, a Sociedade precisa urgentemente agir.
Aramins, obrigado e grande abraço.
Parabéns Wilson! Bela matéria para refletirmos o que vale na vida.
Somos todos irmãos e como irmãos devemos nos solidarizar fraternalmente. Grande abraço
Verdade, querido Paulo Camargo.
Abração.
Wilson!!! estás eram as palavras que eu estava precisando ouvir para refletir diante de tantos acontecimentos neste momento, cada dia que passar não sabemos se amanhã estaremos aqui com a mesma garra de sempre para vislumbrar um futuro que hoje só temos incertezas.
Oi Dra Inalda, feliz que gostou.
Abraço carinhoso.
Parabéns!!! Excelente análise!!!!
Obrigado, querido Pastore.
Abraço amigo.
Parabéns pela reflexão, nada mais será como antes, avancemos priorizando a vida, o amor fraternal, a boa vontade de superar e ajudar os outros a também superar os desafios impostos a todos nós sem precedentes, que a nossa vida seja mais colaborativa sempre. Abraço Wilson
Genuíno, querido Jonas.
Super abraço.
Wilson, É uma ilusão que estamos separados do outro. Temos que ligar o modo “o outro”, pois a solidariedade é maior do que a soma das partes, é a multiplicação das partes. A humanidade quando se desconecta do eixo da solidariedade fica ainda mais vulnerável. É nos momentos difíceis que precisamos ainda mais nos doarmos. O cosmo agradece. Excelente texto para hoje e sempre.
Oi Luiz Marcelo, bela reflexão.
Obrigado e super abraço.