Wilson Medeiros: "Metamorfose digital – Atualizar agora?"

"Seu aplicativo está atualizado." A frase tornou-se recorrente no nosso dia a dia, lembrando que tudo muda - o tempo todo -, portanto precisamos de up to date constante
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No mundo corporativo, contudo, percebo muitos gestores e empresários perdidos nessa rodovia de alta velocidade rumo à revolução 4.0. A angústia é geral. De um lado, a velha guarda tentando se entender, enquanto a turma mais nova está criando o futuro, com startups como QuintoAndar, CargoX, Creditas, entre outras, que se tornaram cases de sucesso. Economistas e analistas de mercado se debruçam sobre estatísticas e previsões, na tentativa de dar uma luz para quem está no meio do caminho. O livro “Novo Código da Cultura  –Vida ou Morte na Era Exponencial” (Ed. Gente), recém-lançado por José Salibi Neto e Sandro Magaldi, traz um dado no mínimo intimidador: a ruptura causada pelo avanço tecnológico é tão devastadora, que estudos preveem que, em dez anos, cerca de 40% dos negócios atuais não mais estarão entre nós.

Embora existam exemplos extraordinários como o do Magazine Luiza, pioneira no e-commerce, no Brasil, há também registros que indicam que andamos a zero por hora quando o assunto é inovação. Aproveitamos com atraso os benefícios dos motores a vapor, da eletricidade e dos computadores. Agora, na era tecnológica, ainda engatinhamos. O mundo digital muda o mundo das pessoas, empresas, entidades e governos. O dever de casa, portanto, é se guiar pelo propósito de desenvolver melhores abordagens digitais para clientes e comunidades. O segredo é partir de uma situação adversa, para encontrar o endereçamento digital adequado, com o objetivo de proteção e hedge –palavra que se traduz em blindar o futuro.

A metamorfose digital está apenas começando. As redes sociais tiraram os consumidores do cinema mudo, como bem pontuou Sandra Boccia, Diretora de Redação da Revista Época Negócios. Tornou-se comum soltar a voz e disseminar, em tempo real, opiniões e experiências com empresas e marcas. Segundo Sandra, deve ser de mão dupla a mensagem da pessoa jurídica aos consumidores. A maior dificuldade para “atualizar o sistema”, é a impotência para mudar o mindset –termo cunhado por Carol S. Dweck, a principal estudiosa da área e autora do livro “Mindset: a nova psicologia do sucesso”, que traduz aquele modo fixo, otimista ou pessimista, de enxergar situações e como se portar diante delas. Ou seja, gestores e empresários ficam no repeteco, com a cabeça voltada para aperfeiçoar e preservar mais do mesmo. Essa dificuldade de ampliar a visão, incluindo o entendimento dos concorrentes, pode levá-los a uma trombada disruptiva da noite para o dia, como temos assistido diariamente.

As cabeças pensantes dos negócios precisam atualizar seus aplicativos de tempo e dedicação, para aprender a lidar com novas tecnologias, ganhar visão estratégica e realizar mais conexões. Ao observar o histórico de nossas empresas, principalmente as familiares, nota-se que o mindset e o foco continuam direcionados a melhorias repetitivas. É vital jogar luz no desenvolvimento e criação de novos produtos e serviços. O mesmo vale para a o desenvolvimento pessoal. Por que não cobramos de nós mesmos atualização constante? O hábito de se autoconhecer e se questionar é um dos exercícios mais valiosos de crescimento. Nunca é demais nos perguntarmos o que aprendemos nos últimos seis meses, o que de novo agregamos às nossas vidas, à vida de nossos familiares, e por aí vai.

Aprender e mudar. Eis o mantra para atualizar o aplicativo rumo a revolução 4.0.

E, então, vamos atualizar agora?

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